Na rotina de uma indústria, especialmente em ambientes de manufatura com alta complexidade, o controle de refugos é essencial para lidar com perdas inevitáveis no processo produtivo. Por isso, o que diferencia empresas eficientes daquelas que enfrentam altos índices de desperdício é justamente a forma como monitoram e tratam esse problema. Então, ter um bom controle de refugos é uma estratégia fundamental para reduzir desperdícios, melhorar a qualidade dos processos e aumentar a competitividade no mercado.
Neste artigo, vamos explicar o que é o controle de refugos, por que ele deve ser uma prioridade nas operações industriais e como tecnologias como o sistema MES (Manufacturing Execution System) podem ajudar a transformar dados em decisões práticas para melhorar esse indicador.
O que são refugos e por que controlá-los?
Refugos são peças, materiais ou produtos que não atendem aos padrões de qualidade estabelecidos e, por isso, são descartados ou retrabalhados. Eles podem ocorrer por diversos motivos, sendo assim as falhas em máquinas, erro humano, matéria-prima inadequada, problemas de processo, entre outros.
O controle de refugos consiste em monitorar, registrar, classificar e analisar cada ocorrência de perda durante o processo produtivo. Sem esse acompanhamento, as causas reais do problema ficam, assim, invisíveis — e o desperdício se repete ao longo do tempo, impactando diretamente os custos de produção e a rentabilidade do negócio.
Os impactos do refugo na indústria
A falta de controle sobre os refugos pode gerar uma série de consequências negativas:
- Aumento do custo por peça produzida, já que parte da produção é perdida.
- Queda na produtividade, pois tempo e recursos são consumidos com retrabalho ou descarte.
- Problemas de qualidade, que afetam a confiança dos clientes.
- Baixo aproveitamento de matéria-prima, prejudicando a sustentabilidade da operação.
- Desalinhamento entre setores, dificultando ações corretivas rápidas.
Mesmo pequenas porcentagens de refugo podem representar perdas financeiras relevantes ao longo de um mês ou ano, principalmente em empresas com grande volume de produção.
Como fazer um bom controle de refugos?
Um controle eficaz vai muito além de preencher planilhas com números de peças rejeitadas. Ele exige um processo estruturado, com visibilidade em tempo real e capacidade de identificar padrões. Veja algumas boas práticas:
1. Padronizar a coleta de dados
Crie categorias claras para tipos de refugo e padronize a forma de registro. Isso permite análises mais consistentes e comparações entre turnos, linhas ou operadores.
2. Identificar causas com dados de chão de fábrica
Mapeie as principais causas dos refugos por meio de análises que envolvem equipamentos, parâmetros de processo, operadores e condições ambientais.
3. Atuar com base em indicadores
Utilize KPIs como taxa de refugo por máquina, por produto ou por turno. A análise desses indicadores ajuda a priorizar ações e a medir a eficácia das melhorias implantadas.
4. Capacitar equipes operacionais
A equipe de produção deve entender a importância do controle de refugos e estar treinada para registrar os dados corretamente e colaborar na busca por soluções.
O papel do sistema MES no controle de refugos
Uma das formas mais eficientes de estruturar esse processo é por meio da implantação de um sistema MES. Esse tipo de tecnologia permite, então, o acompanhamento em tempo real da produção, com registro automático de eventos e integração com sensores e máquinas do chão de fábrica.
Com um sistema MES, é possível:
- Identificar imediatamente quando um refugo ocorre e qual foi sua causa.
- Cruzar dados de produção, paradas e perdas com contexto de operação.
- Emitir relatórios e dashboards com informações gerenciais para tomada de decisão.
- Reduzir o tempo entre a ocorrência do problema e a ação corretiva.
Um exemplo concreto vem da Guimarães Produtos de Limpeza, que implementou o LiveMES com foco na visibilidade operacional e na redução de perdas. Com a digitalização do controle de produção, a empresa conseguiu, assim, reduzir em 50% as perdas por refugo e ainda evitar a perda de 50 mil embalagens durante o processo de setup da linha de sopro — um impacto direto na eficiência e nos custos da operação.
Controle de refugos como parte da eficiência operacional
O controle de refugos não é uma ação isolada. Ele faz parte de uma visão mais ampla de gestão industrial voltada para excelência operacional, e assim, as empresas que mantêm esse indicador sob controle são mais eficientes, sustentáveis e competitivas.
A boa notícia é que, com os recursos tecnológicos disponíveis hoje, é possível implementar soluções que trazem ganhos consistentes mesmo com investimentos acessíveis.
Se a sua indústria ainda sofre com altos índices de refugo e desperdícios não controlados, talvez esteja na hora de transformar esse desafio em oportunidade.
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